Introdução: As Teoria de Enfermagem, é uma estrutura conceitual que fornece uma visão abrangente dos conceitos, princípios e práticas que guiam a prática de Enfermagem, no qual essas teorias se baseiam em evidências e ajudam a orientar a prática de Enfermagem, a educação e a pesquisa. Objetivos: Analisar a produção científica sobre as teorias de enfermagem aplicadas no Brasil. Método: Trata-se de uma revisão integrativa da literatura, realizada a partir da questão de pesquisa: Qual a produção científica sobre as teorias de enfermagem aplicadas no Brasil? A busca ocorreu nas bases Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (Medline), Literatura Latino-americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS) e Banco de Dados em Enfermagem – Bibliografia Brasileira (BDENF) via portal regional da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS), utilizando os descritores controlados “Teorias de Enfermagem”, “Processo de Enfermagem” e “Cuidados de Enfermagem”, bem como os não controlados “Intervenções de Enfermagem” e “Sistematização da Assistência de Enfermagem”. Os termos foram combinados com os operadores booleanos AND e OR. Foram incluídos estudos nos anos de 2019 a 2024 publicados nos idiomas português, inglês e espanhol que abordassem a aplicação de teorias de enfermagem no Brasil. Foram excluídos artigos duplicados, trabalhos de conclusão de curso, estudo de caso, relato de experiência, revisão de literatura. Os dados foram analisados de forma descritiva. Resultados: Foram selecionados, a partir dos critérios de inclusão e exclusão, um total 09 artigos. Evidenciou-se que as teorias de Enfermagem mais empregadas no Brasil são: a Teoria do Autocuidado de Orem, a Teoria do Cuidado Transpessoal de Jean Watson, a Teoria da Adaptação de Callista Roy e a Teoria das Necessidades Humanas Básicas de Wanda Horta. A teoria de Orem foi aplicada em contextos como a pandemia de COVID-19, o cuidado a pacientes em diálise peritoneal e a atenção a crianças com Transtorno do Espectro Autista (TEA), demostrando eficácia na identificação de déficits de autocuidado, na orientação e nas intervenções da equipe de Enfermagem, fortalecendo assim autonomia dos pacientes. Já a teoria de Watson foi aplicada em situações como cirurgias cardíacas, cuidados com pediátricos e atenção ao idoso. Nesses cenários, destacou-se por valorizar a espiritualidade, a empatia e escuta sensível, promovendo um cuidado mais humanizado. A teoria de Horta foi aplicada na consulta de puericultura e na SAE Hospitalar, onde facilitou a identificação das necessidades do paciente e a organização do cuidado, considerando aspectos biopsicossociais e espirituais e fortalecendo o vínculo com a família. A teoria de Roy foi inserida no cuidado a pacientes politraumatizados em ambiente hospitalar e durante a pandemia de COVID-19, possibilitando aos Enfermeiros promoverem a adaptação física, emocional e social de pacientes vítimas de traumas. Além disso, auxiliou no ajuste ao cuidado à distância, exigido pelo isolamento social, ampliando o acesso à assistência e favorecendo a autonomia dos pacientes. Conclusão: As teorias de Enfermagem mais aplicadas no Brasil promovem cuidado qualificado, com foco em autonomia, humanização e adaptação, inclusive em contextos complexos como a pandemia.
Comissão Organizadora
Jonathan Wedson da Silva
Vanessa Rayane
Vitor Silva Maia
Comissão Científica
Fernanda Claudia Miranda Amorim